Algodão perde força no mercado doméstico, acompanhando NY e dólar

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     Porto Alegre, 4 de setembro de 2020 – Sentindo os efeitos de uma queda combinada em Nova York e no mercado cambial, e ainda em processo de ajuste à realidade de preços internacionais, as cotações domésticas do algodão perderam força ao final da primeira semana de setembro.

     Na média do CIF de São Paulo, a pluma fechou cotada a R$ 3,29 por libra-peso no dia 3 de setembro, ante R$ 3,34 por libra-peso no dia 27 de agosto. A alta acumulada em relação ao mesmo período do mês de agosto ainda chega a 16,1% e, na comparação como mesmo período do ano anterior, a 34,9%.

     No FOB do porto de Santos/SP, a fibra brasileira é colocada à disposição de compradores internacionais a 61,67 centavos de dólar por libra-peso (c/lb). Na comparação com o contrato de maior liquidez, na Bolsa de Nova York (março/20) o produto brasileiro está 4,1% mais acessível, contra 5,98% do dia anterior. Há uma semana, era indicado apor um valor 4,7% inferior e, há um mês, 14,4% inferior.

     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, a tendência segue sendo de estreitamento do spread entre as cotações do algodão brasileiro e do norte-americano. “A recente desvalorização do dólar em relação ao real contribui para este movimento”, pondera. “Além disso, com o aumento do volume de algodão processado da maior safra da história brasileira, a oferta do disponível também tende a pressionar as cotações”, completa.

     A Abrapa estimou em 25% o beneficiamento da safra 2019/20 de algodão no Brasil até quinta-feira (27). O Mato Grosso tinha 24% da safra beneficiada; Bahia, 22%; Goiás, 27%; Minas Gerais, 40%; Mato Grosso do Sul, 30%; Maranhão, 30%; Piauí, 35%; São Paulo, 97%; Tocantins, 22%; e Paraná, 100%.

     Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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