Ausência do principal importador de boi lota câmaras frias no Brasil

482
zoneamento

     Porto Alegre, 22 de outubro de 2021 – O mercado físico de boi gordo apresentou preços acentuadamente mais baixos ao longo da semana. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade da pressão de queda no curto prazo.

     A questão da China segue muito complicada, sem um posicionamento acerca das explicações e autembargo brasileiro sobre as exportações após os casos de vaca louca em setembro por parte das autoridades chinesas. Assim, os frigoríficos brasileiros habilitados a exportar seguem com câmaras frias abarrotadas de carne bovina, atuando com cautela na composição de suas escalas de abate.

     Para o criador, a conjuntura também é difícil, considerando que os custos de nutrição animal seguem em patamar bastante acentuado, da mesma maneira que as chuvas no Centro-Sul prejudicam o manejo, reduzindo a capacidade de retenção.

     “A margem operacional dos confinadores foi bastante corroída, reforçando a necessidade da utilização de ferramentas de proteção em bolsas de futuros para garantir o resultado operacional”, alertou Iglesias. 

     Com isso, os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 21 de outubro:

* São Paulo (Capital) – R$ 265,00 a arroba, na comparação com R$ 273,00 a arroba em 14 de outubro, caindo 2,93%.

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 255,00 a arroba, ante R$ 275,00 (-7,3%).

* Goiânia (Goiás) – R$ 250,00 a arroba, ante R$ 255,00, recuando 1,96%.

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 265,00 a arroba, contra R$ 275,00 (-7,3%).

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 257,00 a arroba, contra R$ 260,00 (-1,15%).

Atacado

     Já no atacado, a carne bovina teve preços um pouco mais baixos na semana para os principais cortes, com um lento repasse da queda nos preços das boiadas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou que os frigoríficos armazenassem carne bovina que seria destinada ao mercado chinês em contêineres frigoríficos por até 60 dias. Segundo Iglesias, essa medida é importante e reduz a possibilidade desse estoque ter que ser comercializado no mercado doméstico. “De qualquer maneira, a

preocupação é enorme, avaliando que a China segue ausente das compras e isso tem promovido uma situação bastante delicada no mercado brasileiro, uma vez que não há previsão de retorno, e aparentemente não há pressa também, por parte da China”, salientou

     Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2021 – Grupo CMA