Banco Central do Reino Unido espera queda de 14% no PIB em 2020

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     Porto Alegre, 7 de maio de 2020 – A economia do Reino Unido deve encolher 14% este ano, contração mais profunda desde 1706, devido aos impactos da pandemia do novo coronavírus, disse o Banco da Inglaterra (BoE) em seu Relatório de Política Monetária, após manter a taxa de juros britânica inalterada em 0,1%.

     “A queda da atividade deve ser temporária e o PIB deve acelerar relativamente rápido à medida que as medidas de distanciamento social forem relaxadas”, diz o relatório. O BoE prevê avanço de 15% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e de 3% em 2022.

     Segundo o documento, a atividade deve aumentar substancialmente na última parte de 2020 e em 2021, embora não atinja seu nível pré-covid até o segundo semestre de 2021. “A economia leva algum tempo para se recuperar em direção a seu caminho anterior, com riscos inclinados para o lado negativo”, por causa de um grau de comportamento de precaução por parte das famílias e empresas.

     Além disso, o crescimento anual do consumo das famílias segue um padrão similar, enquanto o crescimento da renda familiar é volátil, caindo em 2020, refletindo parcialmente o fato de que os trabalhadores estão recebendo 80% de seu salário (até 2,5 mil libras por mês).

     Em seguida, a renda familiar acelera quando os funcionários retornam ao trabalho, de acordo com o BoE. “O investimento das empresas diminui muito acentuadamente em 2020, em média 26% em relação a 2019. O crescimento anual sobe para 19% em 2021 e fica em torno de 12% em 2022”.

    INFLAÇÃO

     Com relação à taxa de inflação, o BoE prevê 0,6% este ano, 0,5% no ano que vem e 2,0% em 2022. “A queda acentuada da demanda deve levar à capacidade não utilizada. Em grande parte, isso reflete uma folga no mercado de trabalho”, diz o BoE.

     Além da pressão de queda devido à baixa demanda, a baixa acentuada do preço do petróleo pesa sobre a inflação em 2020 e início de 2021. “Os preços mais baixos do petróleo também pesam nos preços mundiais de exportação, assim como a queda na demanda global”.

     Por fim, de acordo com o BoE, a taxa de inflação deve aumentar à medida que o impacto direto da queda no preço do petróleo sai da comparação anual, e a pressão de queda de fatores domésticos também diminui à medida que a demanda se recupera. As informações são da Agência CMA.

     Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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