Câmbio acima de R$ 5,80 põe soja acima de R$ 113,00 nos portos

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     Porto Alegre, 8 de maio de 2020 Impulsionado pelo salto do dólar e pela alta consistente dos contratos futuros em Chicago na quinta, o mercado brasileiro de soja teve uma semana bem movimentada e com disparada nos preços, principalmente na segunda metade do período.

     Importante salientar que não há mais indicações de preços para maio. As cotações são para pagamento e entrega entre junho e julho. No Sul, a maior parte dos negócios envolve venda futura, já para 2021, com indicação de R$ 109 em Paranaguá para junho de 2021 e de R$ 107,50 para o mesmo período em Rio Grande.

     Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos saltou de R$ 103,00 para R$ 108,00. Na região das Missões, a cotação pulou de R$ 102,50 para R$ 107,00. No porto de Rio Grande, o preço avançou de R$ 107,50 para R$ 113,00.

     Em Cascavel, no Paraná, o preço passou de R$ 101,00 para R$ 106,50 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca subiu de R$ 107,50 para R$ 113,50.

     Em Rondonópolis (MT), a saca subiu de R$ 96,50 para R4 99,00. Em Dourados (MS), a cotação avançou de R$ 90,00 para R$ 92,00. Em Rio Verde (GO), a saca aumentou de R$ 94,00 para R$ 96,50.

     Esse comportamento positivo do mercado foi ancorado na questão cambial. O dólar comercial, em meio à valorização externa e aos problemas políticos internos, subiu 7,3% na semana, saltando de R$ 5,437 para R$ 5,836 entre os dias 30 de abril e 7 de maio, atingindo patamares históricos.

     Comercialização

     A comercialização da safra 2019/20 de soja do Brasil envolve 85,2% da produção projetada, conforme relatório de SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até 8 de maio. No relatório anterior, com dados de 9 de abril, o número era de 73,9%.

     Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 55,4% e a média para o período é de 59%. Levando-se em conta uma safra estimada em 124,609 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 106,221 milhões de toneladas.

     A venda antecipada para 2020/21 pulou de 21,4% no início de abril para 31,5%. Como SAFRAS ainda não tem projeção de safra para a próxima temporada, a base para cálculo foi a de uma produção igual a desse ano. Ou seja, cerca de 39,3 milhões de toneladas já foram comprometidas.

     “A comercialização seguiu avançando em bom ritmo durante o mês de abril, impulsionada por um câmbio favorável”, destacou o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS Copyright 2020 – Grupo CMA