Colheita de café tem atraso na fase inicial no Brasil

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     Porto Alegre, 22 de maio de 2020 – A colheita de café da safra brasileira 2020/21 evolui em uma fase ainda bem inicial, demonstrando atrasos em relação ao ano passado e na média dos últimos anos. Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado, os trabalhos estavam em 13% da safra estimada até 19 de maio. Na semana anterior, o índice era de 9%.

     Assim, levando-se em consideração a estimativa de SAFRAS de uma produção brasileira recorde em 2020/21 de 68,1 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 9,17 milhões de sacas até o dia 19. A colheita está atrasada em relação ao ano passado, quando 16% da safra estava colhida neste período. Os trabalhos também estão atrasados frente à média dos últimos 5 anos, que é de 15%.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a colheita está mais arrastada nesse início de trabalhos, especialmente no conilon. “As restrições para locomoção e ao número de trabalhadores nas lavouras, no Espírito Santo particularmente, explica a morosidade. Outro motivo é a opção do produtor em esperar as plantas atingirem um percentual maior de maturação, para, com isso, reduzir o número de idas às lavouras, otimizando a mão de obra. E a colheita de café se ajustando aos tempos de pandemia”, comenta.

     No caso do arábica, a colheita chega a 10% da safra, em linha com 10% de igual período do ano, mas ligeiramente abaixo da média dos últimos 5 anos (11%). “Destaque para os trabalhos acelerados na região da Matas de Minas”, indica o consultor. Lá a colheita alcança 17% da safra, bem acima da média de 13% para o período. “Há muito café no terreiro e no secador, mas a velocidade da safra já é sentida nas praças de negociação, com o fluxo comercial voltado aos cafés da safra nova”, diz. Aponta que o produtor acelerou a retirada do café das lavouras, mesmo com percentual alto de verde, buscando aproveitar o bom momento, especialmente das bebidas melhores. “Por outro lado, a colheita anda mais lenta no Sul de Minas, com apenas 8% colhidos”, pondera.

     Os trabalhos com conilon também estão atrasados, com apenas 23% da safra colhida, contra 30% em igual período do ano passado e 29% de média dos últimos 5 anos. No Espírito Santo a colheita de conilon está em 21%, abaixo da média para o período de 30%. Em Rondônia está mais perto da normalidade, com 36% dos trabalhos concluídos frente à média de 39%.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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