Comercialização da safra brasileira de café perdeu ritmo em junho

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     Porto Alegre, 10 de julho de 2020 – A comercialização da safra nova de café do Brasil 2020/21 (julho/junho) segue adiantada em relação ao ano passado e à média, mas perdeu um pouco do ritmo em junho diante dos preços do grão. É o que mostrou o levantamento mensal de SAFRAS & Mercado com a evolução das vendas da safra de café.

     Segundo o levantamento desta safra 2020/21, que está em colheita, a comercialização chegava a 40% do total da produção estimada até o dia 07 de julho. As vendas evoluíram em 6 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Estão avançadas em relação ao ano passado, quando 34% da safra 2019/20 estava comercializada até então e também acima da média dos últimos 5 anos para o período, que é de 30%.

     Assim, já foram comercializadas 27,44 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2020/21 de café brasileira de 68,1 milhões de sacas.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a queda dos preços ao longo do último mês de junho, naturalmente, tirou o fôlego das negociações no mercado físico interno. Não dá pra se falar em ritmo lento nas negociações em linhas gerais, mas houve uma perda da “tocada” da comercialização diante de recentes quedas nas cotações.

     “Mesmo com o arrefecimento no ritmo de vendas, a comercialização continua bem acelerada. O produtor soube aproveitar os repiques de preços para apressar as suas posições antecipadas. E, com isso, conseguiu escalonar muito bem o seu fluxo comercial, entrando na temporada 20/21 bem vendido”, comenta.

     O arábica se destaca com 42% da produção negociada, contra 33% em igual período do ano passado e 29% de média. As vendas de conilon ganharam intensidade com o avanço da colheita e alcançam 36% da producão, contra 36% em 2019 e 34% de média.

Colheita

     Levantamento de SAFRAS indica que a colheita de café da safra brasileira 2020/21 estava em 56% até o dia 07 de julho. Na semana anterior, o índice era de 48%. Tomando por base a estimativa de SAFRAS para a produção de café do Brasil em 2020/21 de 68,1 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 38,05 milhões de sacas até o dia 07.

     A colheita está atrasada em relação ao ano passado, quando 68% da safra estava colhida neste período. Os trabalhos também estão atrasados frente à média dos últimos 5 anos, que é de 58%.

     Barabach diz que os trabalhos de colheita seguem em bom ritmo, aproveitando o clima favorável. “Mesmo assim, continua muita atrasado, especialmente na comparação com igual período do ano passado. Destaque à qualidade da bebida no arábica. E atenção aos sinais de quebra na safra de conilon do Espírito Santo”, comenta.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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