Dados do USDA impulsionam contratos da soja no final de junho

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     Porto Alegre, 3 de junho de 2020 O mercado brasileiro de soja encerrou junho e iniciou julho com preços em elevação e com repiques na comercialização. Destaque para o surpreendente relatório de plantio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado terça, que indicou área abaixo do esperado e impulsionou os contratos em Chicago.

     A área plantada com soja nos Estados Unidos em 2020 deverá totalizar 83,8 milhões de acres, conforme o relatório do USDA. Se confirmada, será 10% superior à do ano passado.

     O número ficou abaixo da expectativa do mercado, que era de 84,76 milhões de acres. O número ficou um pouco acima do indicado no relatório de intenção de plantio, divulgado em março, e que era de 83,5 milhões de acres. Na comparação com o ano passado, a área cresceu ou ficou inalterado em 24 dos 29 estados produtores.

     Os estoques trimestrais de soja em grão dos Estados Unidos, na posição 1o de junho, totalizaram 1,39 bilhões de bushels, conforme relatório divulgado há pouco pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O volume estocado recuou 22% na comparação com igual período de 2019.

     O número ficou acima da expectativa do mercado, de 1,38 bilhão de bushels. Do total, 633 milhões de bushels estão armazenados com os produtores, com queda de 13%. Os estoques fora das fazendas somam 753 milhões de bushels, com baixa de 28%.

     Comercialização

     A comercialização da safra 2019/20 de soja do Brasil envolve 92,9% da produção projetada, conforme relatório de SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até 3 de julho. No relatório anterior, com dados de 5 de junho, o número era de 88,7%.

     Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 71,1% e a média para o período é de 74,8%. Levando-se em conta uma safra estimada em 124,609 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 115,806 milhões de toneladas.

     A venda antecipada para 2020/21 pulou de 35,6% no início de junho para 39,8%. Como SAFRAS ainda não tem projeção de safra para a próxima temporada, a base para cálculo foi a de uma produção igual a desse ano. Ou seja, cerca de 49,6 milhões de toneladas já foram comprometidas.

     A comercialização da safra futura está bem acelerada na comparação com o ano anterior, quando o índice era de 14,7%, e também supera a média normal para o período, de 12,4%.

     O analista de SAFRAS, Luiz Fernando Roque, ressalva que a perda no ritmo dos negócios no período é reflexo dos grandes volumes já comercializados, tanto para a safra disponível como para a safra nova.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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