Demanda nos EUA, clima seco no Brasil e financeiro sustentam soja em Chicago

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     Porto Alegre, 6 de novembro de 2020 – Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira com preços em alta. A demanda firme pela soja americana, a preocupação com o clima seco no Brasil e o cenário financeiro de otimismo colocaram as cotações nos melhores patamares em quatro anos, mas os contratos encerraram abaixo das máximas do dia.

     O mercado iniciou o dia absorvendo as altas das bolsas de valores internacionais e do petróleo, que refletiam a confirmação da vitória de Joe Biden nas eleições americanas e também de notícias promissoras sobre as vacinadas para o coronavírus.

     Ao clima de menor aversão ao risco, se soma o quadro fundamental, com demanda aquecida pela soja americana e preocupações com o clima seco no Brasil, principalmente na região sul, que poderia comprometer o avanço do plantio. Os agentes também se posicionam frente ao relatório de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado amanhã.

     As inspeções de exportação norte-americana de soja chegaram a 2.496.308 toneladas na semana encerrada no dia 5 de novembro, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Analistas esperavam o número em 2,1 milhões de toneladas.

    Na semana anterior, as inspeções de exportação de soja haviam atingido 2.389.742 toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado for a de 1.348.193 toneladas. Exportadores privados americanos anunciaram ainda a venda de 123 mil toneladas para destinos não revelados.

     O Departamento reduzir a sua estimativa para a safra de soja dos Estados Unidos em 2020/21. O relatório de novembro do Departamento será divulgado amanhã, às 14hs. Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em safra de 4,253 bilhões de bushels. Em outubro, o número era de 4,268 bilhões. Na temporada passada, a safra ficou em 3,552 bilhões de bushels.

     Para os estoques de passagem, a aposta é de 239 milhões de bushels para 2020/21. Em setembro, o número ficou em 290 milhões. A previsão para os estoques finais globais em 2020/21 é de 87,6 milhões de toneladas, contra 88,7 milhões projetados no mês passado. Para 2019/20, o USDA deverá reduzir a estimativa de 93,8 milhões para 93,1 milhões de toneladas.

     Os contratos da soja em grão com entrega em janeiro fecharam com alta de 9,00 centavos de dólar por libra-peso ou 0,81% a US$ 11,10 1/2 por bushel. A posição março teve cotação de US$ 11,08 3/4 por bushel, com ganho de 9,50 centavos ou 0,86%.

     Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com alta de US$ 1,70 ou 0,44% a US$ 384,10 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 35,48 centavos de dólar, alta de 0,14 centavo ou 0,39%.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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