Dólar fecha em alta com exterior atento ao Fed; na semana de BCs, cai

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    Porto Alegre, 18 de junho de 2021 – O dólar comercial fechou em alta de 0,93% no mercado à vista, cotado a R$ 5,0710 para venda, em sessão de forte volatilidade e amplitude, acompanhando o exterior  com investidores fazendo ajustes ainda na esteira das sinalizações do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) quanto ao futuro da política monetária do país após declarações de um dos dirigentes da autoridade monetária.

   O gerente da mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, destaca que a moeda norte-americana seguiu o fortalecimento global da divisa após o presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, afirmar que o banco central poderá antecipar o ciclo de aperto monetário. “O que levou o dólar a ficar acima de R$ 5,08”, diz.

   Em entrevista à CNBC, Bullard disse que espera a primeira alta de juros nos Estados Unidos no fim de 2022, citando que a inflação está acelerando mais do que o previsto anteriormente. As previsões do Fed mostraram dois aumentos nos juros em 2023, enquanto não havia nenhuma projeção de alta na estimativa divulgada em março.

   O chamado “gráfico de pontos” da autoridade monetária mostrou que 13 dos 18 membros do comitê de política monetária preveem um aumento na taxa de juros em 2023, ante apenas seis anteriormente, enquanto sete esperam uma primeira elevação em 2022. 

   Antes, porém, o dólar oscilou forte na primeira parte dos negócios, “favorecido” pela aprovação da Medida Provisória (MP) que permite privatizar a Eletrobras e com o ingresso de fluxo de capital estrangeiro no país, destaca Esquelbek. Com isso, o dólar renovou as mínimas no movimento intraday em um ano, ao chegar a R$ 4,9830 – menor valor desde 10 de junho de 2020.

   Na semana marcada pelas decisões de política monetária do Fed e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), com comunicados vistos como “hawkish” (duro), a moeda fechou em queda de 0,98%.

   Na próxima semana, os destaques da agenda ficam para a ata da reunião do Copom, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e para a prévia de junho da inflação doméstica. Enquanto lá fora, tem a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra e a divulgação dos números preliminares de junho da atividade industrial e de serviços (PMI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos e na Europa. O presidente do Fed, Jerome Powell, falará na Câmara.

   Para a equipe econômica do Bradesco, o Banco Central brasileiro poderá explicitar com mais detalhes o cenário básico e os riscos para a política monetária por meio da ata e do Relatório de Inflação. Enquanto os PMIs na zona do euro e norte-americano concentrarão as atenções dos investidores.

    As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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