Dólar fecha em forte alta com exterior e sobe pela segunda semana

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     Porto Alegre, 21 de maio de 2021 – O dólar comercial fechou em forte alta de 1,47% no mercado à vista, cotado a R$ 5,3540 para venda – no maior valor de fechamento desde o dia 5 – em dia de forte volatilidade e amplitude da moeda seguindo o exterior, onde operou fortalecida no mundo em meio aos dados de atividade mais fortes do que o esperado nos Estados Unidos, na leitura preliminar de maio. Ao longo da tarde, declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) contribuíram para a forte valorização da divisa.

   O diretor da Correparti, Ricardo Gomes, reforça que a prévia dos números do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da atividade industrial e de serviços ratificaram o teor da ata da última reunião do Fed – divulgada na quarta-feira -, com “menção explícita” à necessidade da autoridade monetária reavaliar o programa de compra de bônus.

   “Ante o processo de recrudescimento da inflação no país. Naturalmente, investidores concentrarão as atenções no payroll [relatório de empregos] de maio”, comenta. O resultado do mercado de trabalho norte-americano será divulgado em 4 de junho. A analista da Toro Investimentos, Paloma Brum, reforça que esses dados de emprego tendem a vir mais fracos nos próximos meses.

   Com destaque para a ata do banco central norte-americano, a moeda encerrou a semana com valorização de 1,56%, na segunda alta semanal. A equipe econômica do Bradesco avalia que a política monetária nos Estados Unidos continua acomodatícia, mas discussões sobre a retirada de estímulos tendem a ficar mais intensas nos próximos meses, com a recuperação da economia e a aceleração da inflação.

   “A ata explicitou a avaliação majoritária dos membros de que o aumento da inflação é transitório e que a recuperação da economia e do emprego continuam em progresso, mas ainda distante dos objetivos, mas essa visão tem ficado menos consensual”, destacam os analistas do banco.

   Na próxima semana, a última cheia do mês, os destaques na agenda de indicadores são os dados de inflação aqui e nos Estados Unidos, além de discursos de membros do Federal Reserve. “Nos próximos dias, tudo relacionado ao Fed ficará no radar, enquanto o índice de preços ao consumidor e os dados sobre consumo e renda norte-americanos são bem importantes”, reforça a analista da Toro.

    As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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