Embarques de soja em 2020 devem superar previsão inicial

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     Porto Alegre, 17 de abril de 2020 – Os embarques brasileiros de soja em grão em 2020 deverão superar as expectativas de fevereiro. A forte procura por parte da China, principalmente no primeiro semestre, deverão garantir o bom ritmo das exportações nacionais.

     As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 73 milhões de toneladas em 2020, recuando 1% sobre o volume de 2019, projetado em 74,038 milhões de toneladas. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por SAFRAS & Mercado.

     No quadro de fevereiro, a estimativa para 2020 era de 70 milhões de toneladas. “O aumento na projeção é reflexo da demanda chinesa acima do normal no primeiro semestre do ano”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque.

     Mesmo assim, os embarques não deverão superar as exportações do ano passado, devido à tendência de um forte deslocamento da demanda chinesa para os portos americanos no segundo semestre, com o objetivo de atender ao acordo comercial fechado no final do ano passado entre chineses e norte-americanos.

     SAFRAS indica esmagamento de 44,1 milhões de toneladas em 2020 e de 43 milhões de toneladas em 2019, representando um aumento de 3% entre uma temporada e outra.

     Em relação à temporada 2020, a oferta total de soja deverá subir 3%, passando para 125,288 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por SAFRAS em 120,04 milhões de toneladas, praticamente repetindo o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão subir 409%, passando de 960 mil para 4,888 milhões de toneladas.

     SAFRAS trabalha com uma produção de farelo de soja de 33,56 milhões de toneladas, com aumento de 2%. As exportações deverão cair 7% para 15,5 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 16,8 milhões, aumento de 2%. Os estoques deverão subir 106%, para 2,449 milhões de toneladas.

     A produção de óleo de soja deverá ficar em 8,8 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 350 mil toneladas, com queda de 63% sobre o ano anterior. O consumo interno deve subir de 7,75 milhões para 8,55 milhões de toneladas. A previsão é de recuo de 33% nos estoques para 143 mil toneladas.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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