Importação de arroz tem como objetivo criar reserva técnica, diz ministra

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     Porto Alegre, 10 de setembro de 2020 – A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse hoje que a decisão do governo de retirar a tarifa de importação de 400 mil toneladas de arroz de fora do Mercosul até 31 de dezembro tem como finalidade criar uma reserva técnica, como forma de garantir o abastecimento interno. A afirmação foi feita durante entrevista à Rádio Gaúcha.

      Segundo a ministra, a chegada desse produto ao mercado interno não é imediata, já que as origens desse produto devem ser Estados Unidos e Tailândia. “A limitação de volume e data tem como objetivo também não prejudicar o plantio e a colheita da próxima safra, tentando não prejudicar a recuperação prevista na produção”, alertou Cristina.

      A ministra lembrou que é um ano de recuperação dos preços para os arrozeiros, após anos sem resultado positivo e frisou que há uma alta generalizada nos preços dos alimentos no mundo, não só do arroz.

     Tereza Cristina reiterou que o Brasil colheu uma safra recorde de grãos em 2019/20 e que não há risco de desabastecimento. “O que está ocorrendo é um ajuste nos preços, o que é normal para o setor. Estamos em um momento de transição. Os preços vão se acomodar e não existe risco de faltar produto”, reiterou a ministra.

     A ministra disse que o auxílio emergencial concedido pelo governo para amenizar os efeitos do coronavírus fez com que as pessoas comprassem mais e isso também ajudou a sustentar os preços dos alimentos, como arroz, feijão e óleo de soja.

     Segundo a ministra, o país exportou muito, mas há produto suficiente para ser fornecido à população. Sobre os preços, ela disse que “estes não podem ser abusivos, mas também têm que ser suficientemente remuneradores para não desmotivar o produtor, resultando em escassez futura”.

     A perspectiva é de que a próxima safra seja de área recorde. “Dependendo do clima, a próxima safra deve ser muito boa”, frisou a ministra.

     Ela garantiu que os preços abusivos serão combatidos, mas que não há risco de intervenção, conforme alertou o presidente Jair Bolsonaro. “Vamos usar ferramentas para conter preços, como a importação. Até para regular mercado. Faz parte da economia globalizada trazer produtos que estão mais barato lá fora para equilibrar mercado”, completou.

      Segundo Tereza Cristina, não há motivo de preocupação e nem para pânico sobre elevação dos preços e desabastecimento. “Tem mais gente estimulada a plantar mais arroz. Esse momento vai passar. As commodities são assim. Produtos agrícolas sobem e depois vem o equilíbrio”, garantiu.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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