Maior oferta mantém mercado suíno pressionado no Brasil

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     Porto Alegre, 4 de dezembro de 2020 – O mercado brasileiro de suínos registrou mais uma semana de declínio nos preços, tanto para o quilo vivo quanto para os cortes negociados no atacado.

     De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, o mercado foi pressionado pelo aumento na oferta de animais por parte dos suinocultores e pela postura retraída dos frigoríficos nas negociações, com alguns sinalizando uma posição relativamente tranquila para atender a demanda no período de festas.

     Para Maia, o viés deverá continuar sendo baixista nos próximos dias, considerando que no atacado os cortes também estão sem força, mesmo em um período em que tipicamente o consumo tende a avançar, com uma série de estímulos ao consumo. “Em um ano de dificuldades econômica é compreensível que o consumidor médio esteja saturado, aumentando a busca por proteínas mais acessíveis, como a carne de frango, causando assim um menor impacto na renda familiar. Além disso, os cortes bovinos vêm apresentando queda no país, arrastando junto os cortes suínos”, explica.

     Quanto aos custos de nutrição animal, houve uma queda no decorrer da semana, com o milho a preços mais acessíveis. “Entretanto, o cenário para o primeiro semestre é bastante complicado, com uma safra de verão bastante reduzida em termos de oferta”, alerta.

     Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil baixou 5,98% ao longo da semana, de R$ 7,39 para R$ 6,95. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado baixou 2,08%, de R$ 13,71 para R$ 13,43. A carcaça registrou um valor médio de R$ 11,81, queda de 5,22% frente à semana anterior, de R$ 12,46.

     Por outro lado, a demanda por carne suína na exportação segue bem efetiva, puxada especialmente pela China.

     As exportações de carne suína fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 188,541 milhões em novembro (20 dias úteis), com média diária de US$ 9,427 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 76,180 mil toneladas, com média diária de 3,809 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.474,90.

     Na comparação com novembro de 2019, houve avanço de 36,19% no valor médio diário exportado, ganho de 32,36% na quantidade média diária e alta de 2,89% no preço. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo baixou de R$ 150,00 para R$ 145,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 5,90. No interior do estado a cotação recuou de R$ 7,90 para R$ 7,50.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração seguiu em R$ 6,40. No interior catarinense, a cotação baixou de R$ 8,10 para R$ 7,50. No Paraná o quilo vivo caiu de R$ 8,30 para R$ 7,50 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo permaneceu em R$ 6,00.

     No Mato Grosso do Sul a cotação na integração continuou em R$ 7,00, enquanto em Campo Grande o preço recuou de R$ 7,30 para R$ 7,00. Em Goiânia, o preço caiu de R$ 7,40 para R$ 6,70. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno retrocedeu de R$ 7,60 para R$ 6,80. No mercado independente mineiro, o preço passou de R$ 7,70 para R$ 6,80. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo na integração do estado permaneceu em R$ 6,00. Já em Rondonópolis a cotação diminuiu de R$ 7,40 para R$ 6,90.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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