Mercado suíno reage, mas custo de produção volta a preocupar

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     Porto Alegre, 15 de maio de 2020 – Após o intenso movimento de queda registrado recentemente, o mercado suíno teve uma semana mais positiva, com uma maior fluidez de negócios, principalmente nos dias que antecederam o Dia das Mães. Contudo, o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, ressalta que o escoamento da carne continua sentindo os efeitos das medidas restritivas usadas no combate ao Covid-19. “Na segunda quinzena, haverá menor espaço para recuperação, considerando a menor capitalização das famílias e as incertezas em torno do aprofundamento da crise”, alerta.

     Para Maia, o ótimo desempenho das exportações é o ponto positivo neste momento, puxado pelas compras da China, ajudando a escoar parte do excedente da produção doméstica, o que pode garantir alguma sustentação dos preços nas próximas semanas.

     Por outro lado, o analista reforça a preocupação, inerente a todo o setor, de que os granjeiros devem se atentar ao custo de produção, que devem seguir elevados. “O preço do milho e do farelo de soja podem seguir em alta no país, em meio ao processo de desvalorização cambial. Além disso, os produtores do milho estão mais retraídos por conta do clima para a safrinha”, sinaliza.

     Levantamento semanal de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil passou de R$ 3,88 para R$ 4,10, alta de 5,56%. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado subiu 0,70%, de R$ 8,21 para R$ 8,26. A carcaça registrou um valor médio de R$ 6,49, aumento de 2,47% ante os R$ 6,34 praticados no fechamento da semana passada.

     As exportações de carne suína fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 69,915 milhões em maio (5 dias úteis), com média diária de US$ 13,983 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 29,775 mil toneladas, com média diária de 5,955 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.348,10.

     Na comparação com maio de 2019, houve aumento de 129,75% no valor médio diário exportado, ganho de 121,30% na quantidade média diária e elevação de 3,82% no preço. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo subiu de R$ 80,00 para R$ 86,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 4,10. No interior do estado a cotação passou de R$ 3,65 para R$ 4,05.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração aumentou de R$ 4,15 para R$ 4,20. No interior catarinense, a cotação avançou de R$ 3,80 para R$ 4,10. No Paraná o quilo vivo avançou de R$ 3,50 para R$ 3,80 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo subiu de R$ 3,80 para R$ 4,00.

     No Mato Grosso do Sul a cotação na integração permaneceu em R$ 4,10, enquanto em Campo Grande o preço seguiu em R$ 3,70. Em Goiânia, o preço avançou de R$ 4,00 para R$ 4,60. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno aumentou de R$ 4,60 para R$ 5,00. No mercado independente mineiro, o preço subiu de R$ 4,35 para R$ 4,80. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo na integração do estado seguiu em R$ 3,70. Já em Rondonópolis a cotação passou de R$ 3,50 para R$ 3,65.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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