Mesmo com dólar em alta, algodão cai no Brasil com tombo em NY

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    Porto Alegre, 27 de fevereiro de 2020 – Os preços do algodão recuaram no Brasil nesta quinta-feira. “Apesar de atenuada pela valorização do dólar em relação ao real, a derrocada dos preços internacionais (Bolsa de Nova York) foi sentida no mercado doméstico de algodão”, ressalta o consultor de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento. Na média do CIF de São Paulo, a pluma fechou cotada a R$ 2,83/libra-peso, com queda de 0,56% em relação ao dia anterior. Comparado ao mesmo período do mês passado a fibra conta com alta de 2,4% e frente à igual momento do ano anterior apresenta queda de 2,1%. No FOB exportação do porto de Santos a indicação ficou em 64,37 cents de dólar por libra-peso (c/lb), valor 3,0% acima da cotação do contrato de maior liquidez (maio/20) na Bolsa de Nova York. Há um mês estava 4,5% abaixo.

    “Essa elevação do prêmio do algodão brasileiro em relação ao norte-americano deve em grande parte ao bom desempenho das exportações no primeiro país”, destaca o consultor de SAFRAS. Na terceira semana de fevereiro foram embarcados 50,2 mil toneladas, um volume 102% superior do mesmo período de fevereiro do ano passado. Com isso, no acumulado das 36 semanas da temporada 2019/20 as vendas externas da fibra chegaram a 1,590 milhão de toneladas. Esse volume supera as 958 mil toneladas embarcadas até o final de fevereiro do ano comercial anterior em 65,9%. Com esse desempenho, a cadeia produtiva já conseguiu exportar 75,2% do saldo de produção em relação ao consumo interno no ano comercial 2019/20. No mesmo período do ano anterior havia escoado 71,3% do saldo daquela temporada. Isso mostra que mesmo tendo um saldo 57% superior, a cadeia produtiva tem sido eficiente no escoamento do excedente de produção em relação ao consumo.

NY

     A Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures) para o algodão fechou com preços acentuadamente mais baixos nesta quinta-feira.

     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, o mercado voltou a ser duramente pressionado pela apreensão com o avanço do coronavírus pelo mundo, seguindo outros mercados, como o petróleo e outras commodities. Além disso, como destaca Bento, NY rompeu importantes suportes, o que intensificou o movimento vendedor.

     O mercado rompeu a importante média móvel de 200 períodos, o que aprofundou a queda no dia, acionando stops de venda.

     Os contratos com entrega em maio/2020 fecharam no dia a 62,50 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 2,97 centavos, ou de 4,5%. Julho fechou a 63,28 centavos, queda de 2,80 centavos, ou de 4,2%.

     Câmbio

     O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 0,58%, sendo negociado a R$ 4,4770 para venda e a R$ 4,4750 para compra, um novo recorde para um fechamento. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,4500 e a máxima de R$ 4,5020.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) – Agência SAFRAS

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