Movimento de queda nos preços do suíno começa a perder força

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     Porto Alegre, 18 de dezembro de 2020 – O movimento de queda nos preços do mercado suíno começou a perder força frente ao declínio agressivo observado nas últimas semanas. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, houve até mesmo reajustes em alguns estados ao longo da semana, caso de Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina.

     Conforme Maia, alguns frigoríficos atuaram de maneira retraída nas negociações, com o escoamento da carne evoluindo abaixo do esperado, conforme os relatos, mesmo com a proximidade dos feriados. “O fato de a carne bovina também seguir com preços enfraquecidos segue sendo um fator negativo às cotações do suíno”, afirma.

     Outro ponto que afeta o mercado, neste momento, é que as indústrias sinalizam posições confortáveis de estoques para atender ao mercado neste período de final de ano. “Deste modo, a expectativa é que o ambiente de negócios fique mais arrastado no curto prazo”, sinaliza.

     O analista ressalta que, além do preço mais baixo do suíno vivo, outra preocupação está no preço do milho, que começa a ensaiar um novo movimento de alta no Centro-Sul do país, o que acaba pesando sobre as margens da atividade. “Vale destacar que o cenário para o cereal no primeiro semestre deve ser complicado, devido a uma safra verão de menor volume, quebras por seca no Sul do Brasil e logística concentrada na soja”, alerta.

     Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil baixou 0,59% ao longo da semana, de R$ 6,78 para R$ 6,74. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado caiu 1,08%, de R$ 13,19 para R$ 13,04. A carcaça registrou um valor médio de R$ 10,43, queda de 4,36% frente à semana anterior, de R$ 10,90.

     As exportações de carne suína fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 87,817 milhões em dezembro (9 dias úteis), com média diária de US$ 9,757 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 36,047 mil toneladas, com média diária de 4,005 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.436,20.

     Na comparação com dezembro de 2019, houve avanço de 19,69% no valor médio diário exportado, ganho de 27,58% na quantidade média diária e baixa de 6,18% no preço. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo baixou de R$ 145,00 para R$ 135,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 5,90. No interior do estado a cotação continuou em R$ 7,40.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração seguiu em R$ 6,40. No interior catarinense, a cotação subiu de R$ 7,20 para R$ 7,25. No Paraná o quilo vivo caiu de R$ 7,20 para R$ 7,10 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo permaneceu em R$ 6,00.

     No Mato Grosso do Sul a cotação na integração retrocedeu de R$ 7,00 para R$ 6,40, enquanto em Campo Grande o preço recuou de R$ 6,60 para R$ 6,30. Em Goiânia, o preço avançou de R$ 6,50 para R$ 6,60. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno aumentou de R$ 6,70 para R$ 7,40. No mercado independente mineiro, o preço passou de R$ 6,80 para R$ 7,50. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo na integração do estado permaneceu em R$ 6,00. Já em Rondonópolis a cotação diminuiu de R$ 6,50 para R$ 6,10.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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