NY e dólar em alta devem elevar preços internos do café

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Porto Alegre, 12 de junho de 2020 – A tendência é de uma sexta de preços firmes e de melhora na comercialização de café no Brasil. O dólar tem forte alta e os contratos futuros também sobem em Nova York, o que deve trazer os negociadores de volta ao mercado.

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     O mercado teve uma quarta-feira, véspera de feriado, de lentidão nos negócios, com cotações inalteradas. A baixa do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) foi compensada pela valorização do dólar, o que determinou a estabilidade nos valores no dia.

     No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa ficou em R$ 475,00/480,00 a saca, estável. No cerrado mineiro, preço de R$ 480,00/485,00, inalterado.

     Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 355,00/360,00 a saca, estável. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, teve preço de R$ 330,00/335,00 a saca, sem mudanças.

NOVA YORK

* Os contratos com entrega em setembro registram valorização de 0,81% na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE), cotados a 98,50 centavos de dólar por libra-peso.

* A posição julho do arábica fechou a quinta na Bolsa de Nova York a 97,70 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 0,86%.

COLHEITA

* A colheita de café da safra brasileira 2020/21 estava em 27% até o dia 09 de junho. O número faz parte do levantamento semanal de SAFRAS & Mercado para a evolução da colheita da safra. Na semana anterior, o índice era de 19%.

* Tomando por base a estimativa de SAFRAS para a produção de café do Brasil em 2020/21 de 68,1 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 18,63 milhões de sacas até o dia 09. A colheita está atrasada em relação ao ano passado, quando 39% da safra estava colhida neste período. Os trabalhos também estão atrasados frente à média dos últimos 5 anos, que é de 31%.

* Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, as chuvas atrapalharam e colheita segue arrastada em algumas regiões. “O tamanho da safra (recorde), o protocolo por conta do coronavírus e a dificuldade em conseguir mão de obra contribuem para o andamento mais lento dos trabalhos, especialmente se comparado ao ano passado, quando a safra foi bem menor”, comenta.

* No caso do arábica, a colheita chega a 21% da safra, bem aquém de igual período do ano passado (31%) e ligeiramente abaixo da média dos últimos 5 anos (23%). A colheita de conilon totaliza 44% da produção, também bem abaixo de igual período do ano passado (55%) e da média dos últimos 5 anos (56%). “Já a previsão de tempo mais seco nos próximos dias, exceção de parte do Espírito Santo e região das Matas de Minas, deve favorecer um melhor avanço da colheita”, conclui Barabach.

COMERCIALIZAÇÃO

* A comercialização da safra nova de café do Brasil 2020/21 (julho/junho), que está em colheita, já chega a 34% até o dia 09 de junho. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado, que mostram que as vendas evoluíram em 6 pontos percentuais em relação ao mês anterior.

* As vendas estão bem avançadas em relação ao ano passado, quando 28% da safra 2019/20 estava comercializada até então.  Assim, já foram comercializadas 23,13 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2020/21 de café brasileira de 68,1 milhões de sacas.

* Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o mercado físico interno de café diminuiu bem o ritmo dos negócios nas últimas semanas. “As vendas minguaram tanto no disponível, como especialmente, nas posições antecipadas com safras futuras. Mas, o bom fluxo de vendas antecipadas (trocas e fixações) feitas ao longo dos últimos meses garantem o desempenho comercial acelerado, mesmo com a puxada no freio das últimas semanas”, afirma. Ele indica que alguns produtores, inclusive, indicam que devem antecipar a entrega do café de fixações com liquidação prevista para setembro (mesmo com deságio) para se capitalizar e não ter que vender agora no mercado. 

* O arábica se destaca com 37% da produção negociada, contra 27% em igual período do ano passado e 23% de média. As vendas de conilon alcançam 27%, contra 30% em 2019 e 24% de média.

* E as vendas da safra 2019/20 alcançam 96% da produção, com fluxo comercial se encaminhando para o fim. As vendas também estão mais aceleradas, uma vez, que em igual período do ano passado apenas 90% da safra 2018/19 havia sido negociada. E também acima da média de 5 anos, que aponta 93% comercializado.

CÂMBIO

* O dólar comercial registra alta de 3,1% a R$ 5,093.

INDICADORES FINANCEIROS

* As principais bolsas da Ásia fecharam em baixa. Xangai, -0,04%. Tóquio, -0,75%.

* As principais bolsas na Europa operam em alta. Paris, +1,67%; Frankfurt, +0,69%; Londres, +1,03%.

* O petróleo opera com ganhos. Julho do WTI em NY: US$ 36,48 o barril (+0,35%).

* O Dollar Index registra baixa de 0,02%, a 96,71 pontos.

AGENDA

– Dados do desenvolvimento das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, no início do dia.

– Dados de desenvolvimento das lavouras do Mato Grosso – IMEA, na parte da tarde.