Oferta escassa prejudica negócios no mercado brasileiro de milho

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     Porto Alegre, 19 de fevereiro de 2021 – O mercado brasileiro de milho teve uma semana de poucos negócios. Boa parte dos agentes estendeu o feriado de Carnaval. Muitos consumidores ainda sinalizam para algum conforto em seus estoques, no entanto as ofertas começam a rarear em alguns estados.

     “O aumento do custo de frete já é perceptível, situação que deve se manter, na medida que avança a colheita da soja”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

      Segundo ele, é importante reforçar que as dificuldades de abastecimento serão recorrentes no primeiro semestre, com o problema resolvido com a entrada da safrinha, a partir de julho. “Outro aspecto que precisa ser considerado é o atraso do plantio da safrinha, aumentando o risco climático”, completa o analista.

     Os preços seguem firmes. Em Campinas (SP), a saca de 60 quilos está cotada a R$ 86,00, com aumento de 1,16% no comparativo com a semana passada. Na Mogiana Paulista, o preço subiu 3,61% no período, atingindo R$ 84,00.

     No Porto de Santos, a cotação avançou de R$ 81,50 para R$ 82,00. Em Cascavel (PR), o preço subiu 1,25% para R$ 79,00. Em Erechim (RS), a saca permaneceu em R$ 84,00 no período. Em Rondonópolis (MT), a saca seguiu estabilizada na casa de R$ 73,00.

     No mercado internacional, o destaque foi a confirmação na projeção de aumento na área a ser plantada nos Estados Unidos em 2021. A área deverá ocupar 92 milhões de acres em 2021. A previsão foi feita pelo economista-chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Seth Meyer, durante a abertura do Fórum Anual do Departamento.

     O mercado projetava plantio 92,9 milhões de acres. No ano passado, a área totalizou 90,8 milhões de acres.

     Exportações

     As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 101,372 milhões em fevereiro (10 dias úteis), com média diária de US$ 10,137 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 504,944 mil toneladas, com média de 50,944 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 200,80.

     Em relação a fevereiro de 2020, houve alta de 161,10% no valor médio diário da exportação, ganho de 167,12% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 2,25% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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