Preços do boi gordo despencam com tendência de queda nas exportações

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     Porto Alegre, 20 de março de 2019 – O mercado físico de boi gordo teve preços expressivamente mais baixos na terceira semana de março nas principais praças de produção e comercialização do País. “A semana foi indubitavelmente complicada para o pecuarista”, disse o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

     Segundo ele, os frigoríficos estão se antecipando a uma brusca queda nas exportações de carne bovina prevista para o segundo trimestre, diante do avanço da pandemia de Coronavírus no Ocidente, e reduziram de forma abrupta os preços de balcão para o boi. “Alguns grandes frigoríficos já deram férias coletivas para funcionários, enquanto os demais exerceram forte pressão sobre os pecuaristas. Os produtores não aceitaram os preços muito mais baixos, reduzindo drasticamente a liquidez do mercado”, assinalou.

    Com isso, os preços a arroba do boi gordo na modalidade à vista nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 19 de março:

* São Paulo (Capital) – R$ 188,00 a arroba, contra R$ 199,00 a arroba em 12 de março, caindo 8%.

* Goiás (Goiânia) – R$ 175,00 a arroba, ante R$ 191,00 a arroba (-8,3%).

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 178,00 a arroba, contra R$ 193,00 a arroba (-7,7%).

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 177,00 a arroba, ante R$ 190,00 a arroba (-6,8%).

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 178,00 a arroba, ante R$ 190,00 a arroba (-6,25%).

Exportações

     As exportações de carne bovina “in natura” do Brasil renderam US$ 266,1 milhões em março (10 dias úteis), com média diária de US$ 26,6 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 59,6 mil toneladas, com média diária de 6,0 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.462,80.

    Na comparação com fevereiro, houve baixa de 3,1% no valor médio diário da exportação, perda de 2,9% na quantidade média diária exportada e queda de 0,1% no preço. Na comparação com março de 2019, houve ganho de 14,7% no valor médio diário, queda de 4,4% na quantidade média diária e recuo de 20,0% no preço médio.

     Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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