Preços internos da soja buscam acomodação. Chicago dispara

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     Porto Alegre, 20 de novembro de 2020 Sem produto disponível e os sojicultores priorizando os trabalhos de plantio, o mercado brasileiro de soja teve uma semana de escassos negócios e de ajuste nos referenciais. No exterior, os contratos futuros em Chicago renovam as máximas em quatro anos, enquanto o dólar cede terreno frente ao real.

     O apetite da indústria diminuiu na maior parte das praças de comercialização do país e, com isso, os preços, nominais, recuaram. Nas localidades onde a demanda segue aquecida – Mato Grosso e Goiás -, os preços seguem em patamares elevados.

     Em Cascavel, no Paraná, onde a procura foi menor, a saca de 60 quilos recuou para a casa de R$ 163,00, contra R$ 170 na sexta passada, dia 13. Em Rondonópolis, no Mato Grosso, o preço seguiu na casa de R$ 185,00.

     No mercado internacional, os contratos com vencimento em janeiro acumularam valorização de mais de 3% na semana, buscando o patamar de US$ 12,00 por bushel. Na sexta de manhã, a cotação era de US$ 11,93, o maior patamar em mais de quatro anos.

     Sem soja no Brasil, a demanda pela oleaginosa, principalmente por parte dos chineses, se concentra no mercado americano. Com o possível atraso na entrada da safra brasileira, a perspectiva é que a procura siga concentrada nos Estados Unidos nos próximos meses. Ao menos até o início de 2021.

     Outros motivos ajudam a sustentar as cotações em Chicago. Já o aperto nos estoques americanos, as preocupações com o clima seco na América do Sul e também um certo otimismo no mercado financeiro internacional. Novidades sobre a vacina para o coronavírus trouxeram uma certa tranquilidade, mesmo com os casos aumentando ao redor do mundo.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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