Queda nos preços deteriora margens no mercado de frango

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     Porto Alegre, 6 de março de 2020 – O mercado do frango vivo contrariou as expectativas e apresentou queda de preços na primeira semana de fevereiro. A avaliação é de SAFRAS & Mercado.

     Segundo o analista de SAFRAS, Fernando Henrique Iglesias, esse movimento está deteriorando as margens operacionais da atividade, que já estavam corroídas pelo recente encarecimento do milho.

     “O mercado atacadista voltou a se deparar com preços firmes no decorrer da semana. O ambiente de negócios ainda sinaliza alguma alta, mesmo que isso ocorra de maneira comedida”, prevê o analista, acrescentando que na segunda quinzena do mês a dinâmica de mercado tende a mudar, com uma reposição mais lenta ao longo da cadeia produtiva.

     As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 348,4 mil toneladas em fevereiro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).  O número é 10% superior aos embarques efetivados no segundo mês do ano passado, quando foram exportadas 316,7 mil toneladas.

     As exportações de fevereiro geraram receita de US$ 553,8 milhões, resultado 5,2% maior em relação aos US$ 526,4 milhões realizadas no mesmo período de 2019.

     Somando os dados de janeiro e fevereiro, o volume embarcado alcançou 672,2 mil toneladas, número 12,3% maior em relação ao efetivado no primeiro bimestre de 2019, com 598,4 mil toneladas.  Em receita, a alta chega a 10,5%, com US$ 1,082 bilhão em 2020, contra US$ 980,4 milhões efetivadas no ano passado.

     Respondendo por 17,5% do total das exportações brasileiras no primeiro bimestre, a China importou 115,4 mil toneladas, volume 59% superior ao realizado entre janeiro e fevereiro de 2019.

     “Assim como ocorreu com as exportações de suínos, a extensão do Ano Novo Chinês e as questões logísticas geradas na retenção do coronavírus não reduziram a demanda chinesa por carne de frango do Brasil. Ao contrário, houve um impulso pouco comum para o período. Os impactos na Peste Suína Africana (PSA) continuam a ditar o comportamento deste mercado, assim como em outros países asiáticos”, analisa Francisco Turra, presidente da ABPA.

     No contexto asiático, a Coreia do Sul foi destino de 17,5 mil toneladas no primeiro bimestre deste ano, número que supera em 12,5% as vendas para efetivadas nos dois primeiros meses do ano passado.  Filipinas incrementaram suas compras em 104%, com 14,7 mil toneladas.  Cingapura aumentou suas compras em 49%, com 18,3 mil toneladas entre janeiro e fevereiro.

     “A Ásia se consolidou como principal destino das importações de carne de frango do Brasil. Este é um fato favorável, especialmente quando verificamos que o preço médio praticado nas vendas para esta região do globo é superior à média geral das exportações”, pontua Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA.

      No mesmo período comparativo, a União Europeia incrementou suas compras em 14%, com total de 40,2 mil toneladas. Entre os países islâmicos, o principal destaque foi a Líbia, com elevação de 370% em suas importações, com 16,3 mil toneladas.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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