Restrição de oferta de boi garante altas de preço no Brasil

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    Porto Alegre, 22 de janeiro de 2021 – Os preços do boi gordo tiveram mais uma semana de valorização do Brasil, diante do limitado volume de oferta de animais terminados presente no mercado neste momento.

     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos ainda encontram dificuldades na composição de suas escalas de abate, posicionadas três e quatro dias úteis, operando com uma capacidade de abate reduzida. “A oferta de animais terminados tende a permanecer restrita até meados de março, quando os animais de pasto estarão próximos do peso ideal para abate. Quando ela surgir, as indústrias ainda dependerão da decisão de venda do pecuarista. De qualquer forma são ao menos mais 40 dias de um ambiente bastante complicado em relação à oferta”, sinaliza.

     Para o analista, os preços somente não avançam com maior força diante do consumo doméstico enfraquecido, uma vez que o brasileiro médio está descapitalizado. “Nesse momento a população se depara com despesas usuais a esse período do ano, como IPTU, IPVA, compra de material escolar, entre outros”, pontua.

     No mercado atacadista, a semana foi marcada por preços mais acomodados ao longo da semana. No entanto, há pouco espaço para reajustes no curto prazo, em linha com a situação do consumidor final. “Em linhas gerais o consumidor médio não consegue absorver tantos reajustes para a carne bovina e esse tipo de cenário remete a uma maior demanda por proteínas que causem um menor impacto na renda média, como a carne de frango”, afirma. Com isso, os preços se mantiveram no país no atacado. O corte traseiro foi precificado a R$ 20,80, por quilo, a ponta da agulha seguiu no patamar de R$ 15,50, por quilo e os cortes de dianteiro permaneceram em R$ 15,50, por quilo.

     Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 21 de janeiro:

* São Paulo (Capital) – R$ 298,00 a arroba, contra R$ 290,00 a arroba em 14 de janeiro (subindo 2,76%).

* Goiás (Goiânia) – R$ 290,00 a arroba, contra R$ 280,00 a arroba (3,57%).

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 290,00 a arroba, ante R$ 285,00 a arroba, subindo 1,75%.

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 285,00 a arroba, ante R$ 277,00 a arroba (2,89%).

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 282,00 a arroba, contra R$ 275,00 a arroba (2,55%).

     Já as exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 272,967 milhões em janeiro (10 dias úteis), com média diária de US$ 27,296 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 60,509 mil toneladas, com média diária de 6,051 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.511,10.

     Em relação a janeiro de 2020, houve alta de 6,78% no valor médio diário da exportação, ganho de 13,82% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 6,19% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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