Sindirações debate esforços do segmento de alimentação animal durante pandemia

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Porto Alegre, 14 de maio de 2020 – O Sindirações participou do encontro online “ABRA na Web – Reciclagem Animal: do frigorífico à fábrica de ração”, promovido pela Associação Brasileira de Reciclagem animal (ABRA). Participaram importantes entidades do setor do agronegócio, nos segmentos da pecuária e pesca e de rações e Pet, para apresentar os impactos da Covid-19 no setor.

A reunião teve como objetivo traçar uma perspectiva a curto e médio prazo para o segmento de reciclagem animal, e por isso reuniu as associações que representam os fornecedores de matéria prima – ABPA, ABIEC, ABRAFRIGO e ABIPESCA – e aquelas que representam os compradores do produto desse processo (farinha e gordura animal), que são o Sindirações e a ABINPET.

Neste cenário inédito, o vice-presidente executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, trouxe uma reflexão abrangente sobre a Covid-19 ao encontro online. “Enquanto não houver uma vacina contra o novo coronavírus, o setor terá de se adaptar às regras de quarentena e cuidados sanitários com os colaboradores para manter um ambiente seguro de produção e economicamente viável, ao mesmo tempo em que tem de garantir o escoamento desta produção para que a cadeia de produção animal sofra o menor impacto possível. Neste aspecto há de se ressaltar o bom trabalha que o MAPA e o Ministério de Infraestrutura vêm desempenhando”, reforçou Ariovaldo Zani.

Na avaliação de Zani, “de uma maneira geral, a cadeia produtiva agropecuária exportadora foi beneficiada sobremaneira pela variação cambial, mas a desvalorização em torno de 35% do real inflacionou o preço do milho, da soja e do farelo e de outros itens como vitaminas, enzimas e demais aditivos que o Brasil importa. A eventual proibição da exportação e o protecionismo de alguns países podem causar desabastecimento do mercado exterior, como China e EUA, e o Brasil pode aproveitar essa oportunidade devido à competitividade do nosso preço. No mercado interno, há uma preocupação de como anda a situação do parque frigorífico e de abate das grandes companhias brasileiras, embora a capacidade produtiva continue suficiente para atendimento da demanda doméstica e internacional. De toda forma, redobram as atenções por conta de eventual redução de consumo dos brasileiros afligidos pela crise de saúde e econômica”, disse.

“Ainda há muitas incertezas pairando no ar, e depende de como e quando será o ‘Dia Seguinte’ da Covid-19. Mesmo assim, a partir de 2021, o Sindirações projeta um cenário com crescimento gradual da demanda que deve favorecer o Brasil”, avaliou Zani. Esse favorecimento deverá respaldar-se em um consumidor global “mais exigente” e atento à sua saúde e rastreabilidade dos produtos que consome, à sustentabilidade do meio ambiente e a sanidade das granjas e rebanhos.

Mesmo com o impacto interno no consumo devido a dificuldades econômicas que a pandemia impôs ao Brasil e no mundo todo, as associações estão conseguindo superar estes obstáculos. Há poucos registros de trabalhadores impactados pelo novo coronavírus nestes segmentos; e quase todas apresentaram um bom desempenho nas exportações, como no caso das carnes de frango (+4,8%) e de suínos (+14,4%), na comparação do acumulado do ano (janeiro-abril), como mostrou Ricardo Santin, Diretor Executivo da ABPA.

Já no mercado interno, a situação é de equilíbrio no caso de frango e suínos, e queda no movimento da carne de boi, registrando na média um saldo de 14% negativo, no acumulado janeiro-abril, apontou Antônio Jorge Camardelli, presidente da ABIEC. No entanto, mesmo antes do período de pandemia, o segmento de abate bovino já vinha registrando queda em janeiro e fevereiro de 2020, e a perspectiva para a volta de crescimento do consumo interno deva ocorrer somente no fim do segundo semestre, projetou Paulo Mustefaga, Diretor de Relações Institucionais da ABRAFRIGO.

As informações são da assessoria de imprensa do Sindirações.

Revisão: Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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