Trigo segue com liquidez reduzida no Brasil

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Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2020 – O mercado brasileiro de trigo se aproxima do encerramento desta semana com reduzido volume de negócios. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, a indústria segue bem abastecida, aproveitando negócios pontualmente atrativos, porém, cada vez mais escassos.

“Muitos agentes seguem com atenções voltadas para a comercialização das safras de verão, deixando de lado as culturas de inverno. Colaborando para um cenário de baixa liquidez, o mercado doméstico avalia as festividades de carnaval, que deverão reduzir ainda mais as atividades ao longo da próxima semana, minimizando a possibilidade de mudanças mais significativas nos referenciais de preços domésticos. Apesar disso, deverá seguir as atenções ao câmbio, que mantém operações próximas de máximas histórias. Com isso, os custos de importação são amplamente elevados, e abrem espaços para recuperações do cereal interno”, analisou.

Fórum USDA

A área plantada com trigo nos Estados Unidos em 2018 deverá ocupar 45 milhões de acres, levemente abaixo dos 45,2 milhões de acres da temporada anterior. E ficou levemente superior ao esperado por analistas – 44,9 milhões de acres. A projeção foi feita durante o Fórum anual do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que iniciou hoje em Washington.

Austrália

A colheita de trigo da Austrália está no seu menor nível em 12 anos. Segundo o departamento de agricultura do país, o ABARES, a estiagem severa na costa leste prejudicou a safra, que não chegou ao volume previsto em dezembro.

O departamento esperava a ceifa em 15,85 milhões de toneladas, mas, com os trabalhos completos, a produção acumulada foi de 15,17 milhões de toneladas – o menor volume desde 2008. A costa leste recebeu poucas chuvas durante a temporada.

A redução da safra australiana ajudou a elevar os preços globais do trigo, que atingiram os maiores níveis em 18 meses em 22 de janeiro, em meio a temores de produção global escassa. A Austrália está entre os dez maiores exportadores do grão, que normalmente responde por cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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